15 de julho de 2010

Ton Schulten


Naquela casa aprendemos cedo duas coisas sobre a poesia.
A primeira, era que os poetas eram todos uns personagens extraordinários, que apareciam a horas imprevistas e diziam coisas surpreendentes.de todos, o mais fantástico era o Ruy Cinatti, que me convenceu que era o nosso irmão mais velho,regressado de outra vida em Timor e que esteve à beira de conseguir transformar-nos em guerrilheiros contra a precária disciplina familiar.Vinham e iam constantemente poetas tristes ou alegres, cerimoniosos ou tumultuosos e até um, o Ruy Belo, que me levava à Luz ver o Benfica e jogava futebol comigo no jardim.


Miguel Sousa Tavares
"e ela dança"
a mais bonita homenagem a Sofhia de Mello Breyner,
in "Não te deixarei morrer David Crockett"

Maio 2oo2

Sem comentários: