1 de abril de 2010

"Partir", Jean-Michel Folon


Há decisões que se tomam e que se lamenta a vida toda e há decisões que se amarga o resto da vida não ter tomado. E há ainda ocasiões em que uma decisão menor, quase banal, acaba por se transformar, por força do destino, numa decisão imensa, que não se buscava mas que vem ter connosco, mudando para sempre os dias que se imaginava ter pela frente. Às vezes, são até estes golpes do destino que se substituem à nossa vontade paralisada, forçando a ruptura que temíamos, quebrando a segurança morta em que habitávamos e abrindo as portas do desconhecido de que fugíamos.

Miguel Sousa Tavares
in "Rio das Flores"
Janeiro 2009

2 comentários:

Anónimo disse...

do lume sabes só que é porta
e tens de te queimar para saber
se ABRE ou FECHA
g.

vidinha disse...

De todas as decisões ou não decisões há sempre marcas e solidão que doi.